CHICO CÉSAR CELEBRA 30 ANOS DE “AOS VIVOS” EM DIGRESSÃO NACIONAL
CHICO CÉSAR CELEBRA 30 ANOS DE “AOS VIVOS” EM DIGRESSÃO NACIONAL
A digressão que passa por Portugal em 2026 resgata o espírito original: um espetáculo a solo, voz e violão, onde cada canção é apresentada ao vivo no seu estado primordial, numa ambivalência frágil mas poderosa, intimista na sua partilha coletiva. É um regresso à ousadia de 1995 por um artista que nunca envelheceu.
Para Chico César, “é uma alegria voltar a Portugal celebrando 30 anos do disco que me lançou no mundo fonográfico: Aos Vivos. O show é como o disco: voz e violão, com todas as canções do álbum na sequência. E ao final, no bis, toco algumas outras músicas que pontuam outros momentos da carreira. Penso que esse disco é importante por chamar a atenção para a minha geração de cantautores brasileiros mas também por trazer elementos afrodiaspóricos que geraram identidade com pessoas oriundas de outros países lusofônicos para além de Brasil e, claro, Portugal. Fui abordado por jovens caboverdeanos, moçambicanos, guineenses e angolanos nas ruas de Lisboa, quando cá estive pelas primeiras vezes, a partir de 1996 (o ano seguinte ao lançamento do álbum no Brasil). Eles (e elas) queriam me dizer da alegria trazida por “Mama África”, “Tambores”, “Dança”, “Templo” e mesmo “À Primeira Vista” e de um jeito novo de se dizer afrodescendente em música. Isso sempre me tocou muito. E me emociona até hoje. Não posso deixar de mencionar os encontros emocionados com artistas como Né Ladeiras, Fausto, Filipa Paes e tantos outros. E o encontro mais importante: com o público português, sempre tão receptivo e curioso com as criações dialetais até então desconhecidas e presentes nas canções. A mais conhecida delas: Ô amarraradzaia soiê, dzaia dzaia aí iii iinga dunrã. Resmungos, línguas inventadas, batuque, reggae, canção, acordes estranhos mas convidativos à comunhão mais que ao afastamento ou ao usufruto intelectual. Aos Vivos era pra celebrar juntos a vida e os afetos. Como o é agora. 30 anos depois e sempre.”